quinta-feira, 22 de abril de 2010

Primavera Silenciosa (Silent Spring)

Na aula passada estávamos falando sobre cadeias alimentares e as concentrações de substâncias tóxicas ao longo dessas cadeias e mais uma vez ouvi sobre o DDT.

Mas o que é o DDT?
Em 1939, Paul Müller (que ganhou o prêmio Nobel por isso) apresentou um uso prático para a substância diclorodifeniltricloroetano: percebeu que o produto era eficiente no combate a insetos, transformando-o em inseticida.
Em pouco tempo o DDT passou a ser utilizado na agricultura de modo intensivo e indiscriminado nos EUA e espalhou-se pelo mundo, tornando-se conhecido durante a II Guerra Mundial, quando foi usado pelas tropas americanas contra insetos causadores da malária. Ao mesmo tempo, na Europa, começou a ser usado sob a forma de pó, eficiente contra pulgas e outros pequenos insetos.

Em 1962, Rachel Carson (escritora e bióloga marinha norte-americana) chamou o veneno de “elixir da morte” em seu livro “Silent Spring (Primavera Silenciosa) e mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (chegou a ser detectada a presença de DDT até no leite humano), com o risco de causar câncer e dano genético.

Rachel Carson

A grande polêmica movida pelo instigante e provocativo livro é que não só ele expunha os perigos do DDT, mas questionava de forma eloqüente a confiança cega da humanidade no progresso tecnológico. Dessa forma, o livro ajudou a abrir espaço para o movimento ambientalista que se seguiu. Juntamente com o biólogo René Dubos, Rachel Carson foi uma das pioneiras da conscientização de que os homens e os animais estão em interação constante com o meio em que vivem.

Quando o DDT se tornou disponível para uso também por civis, poucas pessoas desconfiavam do miraculoso produto, talvez apenas aquelas que eram ligadas a temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E. W. Teale, que advertia: "Um spray que atua de forma tão indiscriminada como o DDT, pode perturbar a economia da natureza tanto quanto uma revolução perturba a economia social. Noventa por cento dos insetos são benéficos e, se são eliminados, as coisas em pouco tempo fogem do controle."
Outra dessas pessoas foi Rachel Carson, que propôs um artigo para o Reader's Digest falando sobre a série de testes que estavam sendo feitos com o DDT próximo a onde ela vivia, em Maryland. A idéia foi rejeitada.

Treze anos mais tarde, em 1958, a idéia de Rachel de escrever sobre os perigos do DDT, teve um novo alento, quando ela soube da grande mortandade de pássaros em Cape Cod, causada pelas pulverizações de DDT. Porém seu uso tinha aumentado tanto desde 1945, que Rachel não conseguiu convencer nenhuma revista a publicar sua opinião sobre os efeitos adversos do DDT. Ainda que Rachel já fosse uma pesquisadora e escritora reconhecida, sua visão do assunto soava como uma heresia.

Então, ela decidiu abordar o assunto em um livro.

A Primavera Silenciosa levou quatro anos para ser terminado. Além da penetração do DDT na cadeia alimentar, e de seu acúmulo nos tecidos dos animais e do homem, Rachel mostrou que uma única aplicação de DDT em uma lavoura matava insetos durante semanas e meses e, não só atingia as pragas, mas um número incontável de outras espécies, permanecendo tóxico no ambiente mesmo com sua diluição pela chuva.

Rachel concluía que o DDT e outros pesticidas prejudicavam irremediavelmente os pássaros e outros animais, e deixavam contaminado todo o suprimento mundial de alimentos. O mais contundente capítulo do livro, intitulado "uma fábula para o amanhã", descrevia uma cidade americana anônima na qual toda vida — desde os peixes, os pássaros, até as crianças — tinham sido silenciadas pelos efeitos insidiosos do DDT.



O livro causou alarme entre os leitores americanos. Como era de se esperar, provocou a indignação da indústria de pesticidas. Reações extremadas chegaram a questionar a integridade, e até a sanidade, de Rachel Carson.

Porém, além de ela estar cuidadosamente munida de evidências a seu favor, cientistas eminentes vieram em sua defesa e quando o Presidente John Kennedy ordenou ao comitê científico de seu governo que investigasse as questões levantadas pelo livro, os relatórios apresentados foram favoráveis ao livro e à autora. Como resultado, o governo passou a supervisionar o uso do DDT e este terminou sendo banido.

A visão sobre o uso de pesticidas foi ampliada e a conscientização do público e dos usuários começou a acontecer. Logo, já não se perguntava mais "será que os pesticidas podem ser realmente perigosos?", mas sim "quais pesticidas são perigosos?"

Então, em vez dos defensores da natureza terem de provar que os produtos eram prejudiciais, foram os fabricantes que passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros.

A maior contribuição de A Primavera Silenciosa foi a conscientização pública de que a natureza é vulnerável à intervenção humana. Poucas pessoas até então se preocupavam com problemas de conservação, a maior parte pouco se importava se algumas ou muitas espécies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Rachel Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos, os riscos de câncer, de alteração genética, a morte de espécies inteiras... Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se tornou aceita.


Um pouco de conhecimento químico, ambiental e histórico!

sábado, 17 de abril de 2010

Como evitar uma tragédia perto de você

No embalo das notícias que todos viram nos últimos dias, sobre a tragédia no Rio de Janeiro devido a forte chuva e problemas políticos, da palestra do pesquisador e professor Sergio González Martineaux, e observando o que me cerca, fiz um apanhado de ideias e vou tentar expor em um texto.

Lógico que não tenho o conhecimento teórico e prático de um biólogo formado, mas sou esperta, inteligente e ligada no que acontece no mundo e tenho vontade de aprender e fazer a diferença.

É natural ouvir muita gente falando que cada um deve fazer a sua parte, buscar o melhor e fazer o melhor com o que está ao seu alcance. Eu como estudante de Ciências Biológicas e principalmente como cidadã, tenho o dever de me preocupar e procurar soluções para problemas aqui em casa, no meu bairro, na minha cidade.

Como disse o professor González em sua palestra e o meu professor, Eduardo Lobo, em sala de aula, os problemas ambientais são muito mais complexos do que parecem. Envolvem política e princípios morais e éticos, acima de tudo. Um exemplo que eu posso dar comparando com o que aconteceu no Rio de Janeiro é um problema de invasão de área protegida que ocorre na minha cidade.

Aqui em Santa Cruz do Sul a cidade é cercada por uma área de proteção ambiental chamada Cinturão Verde, onde há muitas espécies nativas da Mata Atlântica. Sendo uma área de proteção, deveria ser protegida, certo?
Porém, como em qualquer lugar onde ainda há área verde, ninguém respeita, nem mesmo o local que é protegido por lei e que deveria ser protegido por nós.

O Cinturão Verde é esse morro que cerca toda a cidade. Dentre os inúmeros benefícios que o Cinturão Verde proporciona para este município, destaca-se a diminuição dos fenômenos erosivos, a beleza cênica e a manutenção do eqüilíbrio ecológico térmico da cidade devido à quantidade e diversidade de vegetação. “(CADERNO DE PESQUISA SÉRIE BIO., 2004)” Foto: Rene Hass

Muitas pessoas invadiram esse morro e construíram suas casas lá, algumas alegam não atrapalhar em nada e até ajudar a proteger o local, mas gente, só o fato de ter invadido aquela área já está atrapalhando o funcionamento do bioma de lá. Nós nos sentimos incomodados quando nas nossas casas há moscas, formigas e baratas, mas ninguém pensa nisso quando resolve invadir a casa de outras formas de vida. NÃO TEMOS RAZÃO EM RECLAMAR! Direta ou indiretamente somos culpados por todos os problemas ambientais.

O problema continua. Além dessas pessoas, também existem as imobiliárias que fazem seus condomínios nessa mesma área e ninguém proíbe. Só por que eles têm dinheiro? O dinheiro não vai comprar a mata de volta, não vai trazer o equilíbrio ecológico perdido em meio a essa corrupção de valores.
Onde está quem deveria fiscalizar isso? Por que permitem que esse problema ocorra? Todos sabem o que é errado e fazem, depois não adianta chorar.

Acredito que deveria haver um programa de conscientização de crianças, tendo em vista que os adultos se recusam a enxergar a realidade e agir. Talvez com projetos educacionais e disciplinas obrigatórias nas escolas sobre o meio ambiente, como preservá-lo e como ajudar a reverter a situação em que nos encontramos hoje, o futuro seja melhor do que as previsões indicam.

O que vai acontecer se continuarmos destruindo a vida na Terra? Se só usufruirmos e não pensarmos em ter atitudes sustentáveis, a natureza é sábia o suficiente para nos dar essa resposta, e ela vem muito mais rápido do que podemos imaginar.

Para quem quiser saber um pouco mais sobre o Cinturão Verde, encontrei um trabalho do Curso Técnico em Gestão Ambiental da Escola Técnica Liceu, é só clicar aqui.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ainda há esperança!

O Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental - Mestrado da Universidade de Santa Cruz do Sul iniciou as atividades 2010 em alto nível, presenteando os alunos do curso e a quem quisesse ouvir o que tem a dizer pesquisador e professor Sergio González Martineaux, da Universidade de Santiago do Chile. O chileno é engenheiro agrônomo formado pela Pontifícia Universidade Católica do Chile e mestre em Ciências do Solo pelo Instituto Agronômico Tropical de Investigação de Costa Rica. Além de ser pesquisador do Centro Regional de Pesquisas La Platina, do Instituto de Pesquisas Agropecuárias (Inia) de Santiago, no Chile.

Atualmente é representante da América Latina no painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Em 2007, recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua participação na equipe de Al Gore, vice-presidente dos EUA de 1993 a 2001. Foi representante da delegação oficial do IPCC na cerimônia de premiação em Oslo, Noruega por sua participação no documentário Uma Verdade Inconveniente, que fala sobre o aquecimento global e suas conseqüências, chamando a atenção para mitos sobre o assunto e mostrando possíveis alternativas para evitar maiores catástrofes no futuro.

Em sua palestra “Conservação do Solo e Mudanças Climáticas”, o professor afirmou que o planeta ainda tem salvação. Abordou muitos assuntos, tais como o uso inadequado do solo, a erosão, conhecida também como câncer da Terra, é apontada como a principal conseqüência da atitude descuidada do ser humano. E claro, os problemas ambientais e sociais que vêm com a urbanização, como a poluição do ar e inundações em grandes cidades.

Esses problemas originam-se das mesmas dificuldades dos outros problemas que atingem a natureza, ou seja, as atitudes destrutivas de nós, seres humanos, para com os recursos naturais de um modo geral. Ele diz ser um problema ético e moral da humanidade, que só se interessa em obter lucros imediatos e que não podemos nos preocupar apenas com o presente, pois há um futuro e ainda há esperança para salvar nosso planeta. Além de alertar sobre atuarmos fortemente em defesa da nossa Floresta Amazônica, afirmando que fora do Brasil é o que mais se comenta.

O que ele falou não é novidade alguma para quem se interessa pelo assunto, embora tenha sido muito válido ver alguém que pesquisa a fundo o assunto e luta pelo que acredita ser certo, divulgando suas pesquisas por todo o mundo.
Minha mãe volta e meia diz “todo mundo só quer usufruir e mais nada”, o que também é uma verdade. Cada um de nós deveria por a mão na consciência todos os dias e ver se está agindo corretamente, respeitando o ambiente. Como diz Ian Tchagra Little “o que é a cidade, senão uma forma de excluir a natureza? a natureza luta por equilíbrio, o ser humano luta por excesso e consumismo...”.

É PRECISO RESPEITAR O DIREITO DE O AMBIENTE EXISTIR E EVOLUIR!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ser biólogo

Pensando bem...
Ser biólogo não é só cuidar de plantas e animais.
Ser biólogo é acreditar na imortalidade da natureza e querer preservá-la sempre mais bela.
Ser biólogo é ouvir os ruídos da natureza, mas principalmente entendê-los e amenizá-los.
É gostar de terra molhada, de mato fechado, de luas, de sol e de chuvas.
Ser biólogo é se importar se a natureza sofre.
Ser biólogo é aproximar-se de instintos, perder medos.
É ganhar amigos que jamais irão decepcioná-los.
Ser biólogo é ter ódio de gaiolas, jaulas e correntes.
É perder tempo enorme apreciando vôos de gaivotas.
É permanecer descobrindo através da natureza, a si mesmo.
Ser biólogo é ter coragem de penetrar em um mundo diferente e ser igual.
É ser capaz de entender gratidões mudas, mas, sem dúvida nenhuma, as únicas verdadeiras.
É adivinhar olhares, e lembrar do seu tempo de criança.
Ser biólogo é conviver lado a lado com ensinamentos profundos sobre o amor e a vida.

(Autor desconhecido)

Relação Homo sapiens x Canis lupus familiaris

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